O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou um gabinete de emergência fitossanitária na Bahia, com apoio da agência estadual de Defesa Agropecuária, para intensificar o combate à lagarta-da-maçã (Helicoverpa SPP). O aumento da incidência da praga nesta safra ameaça a produtividade das lavouras de algodão no oeste baiano.
O governo federal adotou uma série de medidas emergenciais para controlar o avanço da praga. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, entrou em contato nesta terça-feira com os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Saúde, Alexandre Padilha, para que o Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxicos (CTA) aprove em caráter emergencial o registro de novas substâncias para uso restrito no combate à lagarta.
'Queremos a liberação de duas ou três moléculas já usadas na Austrália e nos Estados Unidos porque os produtos que temos não estão sendo eficientes no tratamento da praga', disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso.
Segundo Pinesso, a lagarta-da-maçã não ataca somente o algodoeiro, mas também as plantações de soja e milho. 'Saiu do controle', afirmou, sem estimar os possíveis danos causados pela praga.
Os problemas com a Helicoverpa SPP no oeste da Bahia surgem num momento em que os produtores já enfrentam dificuldades com a seca, observou o presidente da Abrapa. Ele completou, entretanto, que ainda é cedo para falar em outra quebra de safra no Estado.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, na última sexta-feira (01), Mendes Ribeiro conversou diretamente como o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), para informar quais medidas estão sendo adotadas para controle da praga. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já designou pesquisadores das áreas de entomologia e taxonomia para avaliar in loco o problema no oeste baiano.