Lideranças de entidades do agronegócio de Mato Grosso tiveram um novo encontro com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, em Cuiabá, no final da tarde desta segunda-feira (11/03). Em pauta, as necessidades de cada setor e uma discussão sobre o Plano Agrícola e Pecuário (PAP 2013-2014), que é elaborado antes do início da safra pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa, responsável por recolher as sugestões de entidades que representam o setor produtivo. Na oportunidade, a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) voltou a enfatizar a necessidade de revisão urgente no preço mínimo do algodão que não é reajustado há 10 anos.
Segundo o diretor executivo da AMPA, Décio Tocantins, o algodão é a única cultura do País com defasagem na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). “Essa revisão é importante porque o preço mínimo dá sustentação ao produtor e hoje, após uma década sem reajuste, ele está abaixo do custo de produção”, explica Tocantins. Hoje o preço mínimo para o algodão é de R$ 44,60 a arroba, enquanto o custo variável de produção para a safra 2012/13, de acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está acima de R$ 56/@.
Na safra 2012/13, os produtores de algodão de Mato Grosso reduziram a área de plantio em quase 38% e a redução no restante do país é estimada em cerca de 33%, devido a fatores como a baixa na demanda mundial em função dos altos estoques de pluma, e a demanda maior por commodities como soja e milho.
Mais uma vez, Geller mostrou-se sensível ao pleito das entidades produtoras de algodão. “A questão do preço mínimo está avançando e tenho convicção da importância do algodão no contexto socioeconômico do País por sua alta capacidade de geração de empregos”, comentou o secretário ao final da reunião. Realizado no auditório da Famato, o encontrou reuniu lideranças da própria Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), da Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Mato Grosso (Aprosmat) e da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entre outras entidades, além de representantes da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedraf-MT) e de instituições financeiras, como Banco do Brasil e Sicredi.
Cada representante apresentou suas principais demandas brevemente e, entre outros temas debatidos, estavam a deficiência na disponibilidade de armazéns, que se torna gritante em tempos de safras recordes de grãos, e também a necessidade de descentralização dos recursos para financiamento. O secretário Neri Geller reafirmou sua disposição de ouvir e procurar atender as demandas do setor produtivo rural mato-grossense e aproveitou para destacar duas áreas, que, segundo ele, dispõem de muitos recursos em Brasília: a irrigação e a inovação tecnológica. Geller veio a Cuiabá acompanhado do diretor do Departamento de Economia Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, e do diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento Agrícola e Pecuário, Edilson Guimarães.