O Programa de Desenvolvimento do Agronegócio começou com força total. Na última sexta-feira (22/03), o programa foi oficialmente lançado em Cuiabá com uma palestra de Antoninho Marmo Trevisan, fundador da Trevisan Escola de Negócios, que é parceira da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) e do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) na realização dos cursos destinados a produtores de algodão, seus familiares e colaboradores. À noite, os alunos da primeira turma do programa Alta Gerência assistiram às aulas do Módulo Agronegócio em Campo Verde (a cerca de 120 km da capital mato-grossense).
Considerado um dos melhores palestrantes do cenário nacional, o experiente Trevisan traçou um painel bastante interessante da atual situação do País, que comparou à dos Estados Unidos nos anos 1950 – um período de franco crescimento em que os EUA se firmaram como grande potência mundial. “Estamos vivendo um momento ímpar no Brasil em que temos controle inflacionário, crescimento e democracia. Nunca tivemos esses três fatores juntos. Isso representa uma janela de grandes oportunidades e investidores do mundo inteiro estão olhando para o Brasil como jamais olharam”, afirmou o empresário paulista a uma plateia formada por produtores de algodão e representantes dos maiores grupos cotonicultores de Mato Grosso.
Apesar de visão otimista, Trevisan falou dos grandes problemas enfrentados pelo empresariado brasileiro. “No Brasil, o ambiente é hostil para quem produz e o que prevalece é a visão de quem arrecada”, lamentou referindo-se ao sistema tributário do País, que considera um dos principais entraves para o crescimento da economia nacional. “O crescimento econômico só se dá quando o empresário vê perspectivas em relação ao futuro e tem segurança em relação ao passado”, comentou o fundador da Trevisan Auditores e Consultores.
Segundo ele, o Brasil precisa de três tipos de reforma: política, tributária e trabalhista. “Se resolvermos essas três questões, o País poderá crescer de forma sustentável. Mas, até lá, os empresários precisam fazer um exercício diário de cortar os custos”, afirmou. “Se a gente não consegue racionalizar nossos custos, perde a competitividade”, acrescentou, depois de falar sobre outros gargalos como a deficiência em infraestrutura logística e destacar aspectos como o fato de o Brasil ser um mercado consumidor altamente atraente para países em forte crescimento, como a China, e outros que perderam mercado com a crise europeia.
Esse contexto macro econômico abordado por Trevisan em sua palestra só reforça a importância de os produtores de algodão, seus familiares e colaboradores se capacitarem para entenderem melhor as demandas mundiais num mercado globalizado, na opinião de Milton Garbugio, presidente da AMPA e do IMAmt. O Programa de Desenvolvimento do Agronegócio, que está sendo realizado com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), foi gestado junto aos associados da AMPA ao longo do ano passado nos sete Núcleos Regionais onde se concentra o cultivo algodoeiro em Mato Gross. Ele já recebeu mais de 600 inscrições até agora.
De acordo com Carlos Roberto Gomes Ferraz, responsável pela coordenação dos cursos em Mato Grosso, 193 pessoas inscreveram-se para os cursos do programa Alta Gerência e 217 para o de Média Gerência. Dezenas de produtores e/ou colaboradores das fazendas produtoras de algodão solicitaram inscrição para alguns módulos independentes dos diversos cursos e 127 se inscreveram no programa Gestão Estratégica do Agronegócio oferecido em nível de MBA. O único programa que ainda está aceitando inscrições nesta primeira etapa é o Sucessores, cujo público alvo é formado por associados da AMPA e seus familiares. As aulas serão dadas em várias cidades de acordo com o número de inscrições.