Pular para o conteúdo

Começa a visita à Austrália

A sede regional da Cotton Australia, na cidade de Narrabri, no noroeste australiano, foi o primeiro compromisso oficial do grupo de pesquisadores do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) que está visitando a Austrália esta semana. A comitiva brasileira é integrada também pelo produtor mato-grossense Sérgio De Marco, ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), e atual presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A visita à Austrália, um dos principais players do mercado internacional de algodão, ganha uma dimensão especial num momento em que o Brasil – especialmente os produtores do oeste da Bahia – enfrenta prejuízos à lavoura decorrentes de lagartas-praga do gênero Helicoverpa.  O modelo australiano de cultivo de algodão é reconhecido mundialmente como um dos mais organizados, especialmente no que diz respeito ao manejo integrado de pragas (MIP).

A comitiva brasileira foi recebida na sede regional da Cotton Australia pela gerente regional, Sandy Young, e pela gerente de sistemas da área de pesquisa, Tracey Leven.
As representantes da instituição australiana explicaram o funcionamento da entidade e apresentaram números sobre a indústria do algodão no país.

A Austrália, hoje, conta com cerca de 1700 produtores em propriedades que chegam a, no máximo, 800 hectares. A maior parte das fazendas tem entre 50 e 150 hectares. A produção de algodão é feita de forma irrigada e a um custo médio de US$ 4 mil/hectare. O país tem hoje 70% de sua produção vendida à China.

"Conseguimos, com nossa infraestrutura logística, colher, processar e entregar algodão na China em um mês", informou Sandy Young à comotivia brasileira. Na safra 2012/13, a Austrália superou os Estados Unidos e a Índia no fornecimento de pluma à China, segundo o ICAC (Comitê Consultivo Internacional do Algodão).

Para esta quarta-feira (03/04) está programado um encontro da comitiva brasileira com a principal pesquisadora sobre Helicoverpa da Austrália. A programação do grupo integrado pelos pesquisadores Jean Belot, Miguel Soria, Rafael Galbieri e Patrícia Andrade Vilela inclui ainda a visita a fazendas para conhecer a produção e o manejo de praga feito pelos produtores locais.

 

9º CBA – O principal objetivo da visita, que se encerrará no próximo dia 9, é o de reunir informações técnico-científicas e conhecer de perto a tecnologia australiana de produção de algodão, em diversas áreas do conhecimento agronômico – melhoramento genético, qualidade de fibra, sistemas de produção, fitopatologia e entomologia, a fim de retornar em benefícios para a cotonicultura mato-grossense, por meio das pesquisas desenvolvidas pelo IMAmt. Boa parte dos resultados deste intercâmbio científico será compartilhada com outros pesquisadores, produtores e demais atores da cadeia da cotonicultura no 9º Congresso Brasileiro do Algodão (9º CBA) – o maior encontro do setor no Brasil, que acontecerá em Brasília, de 3 a 6 de setembro, em Brasília.  O evento é promovido pela Abrapa e realizado pela Ampa, com diretriz científica do IMAmt.