Os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) descobriram que a lagarta que vem atacando lavouras de algodão, milho e soja em diversas regiões, em especial no oeste da Bahia, não é da espécie 'zea', e sim a Helicoverpa armigera, que ainda não havia sido identificada no Brasil.
Os produtores baianos estimam que os prejuízos por menor produtividade e gastos no controle da praga somem R$ 1 bilhão.O presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, durante reunião nesta sexta-feira no gabinete do ministro Antônio Andrade, da Agricultura, afirmou que, como se trata de uma praga nova, a 'helicoverpa armigera', será enquadrada na classificação de quarentenária A1. A classificação enquadra as pragas exóticas, não presentes no País, que podem causar importantes danos econômicos.
A hipótese mais provável apontada pela Embrapa é que a lagarta ingressou no Brasil por meio de importação de flores e outros materiais de propagação vegetativa.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na reunião desta manhã, o ministro Antônio Andrade garantiu que, a partir da classificação da praga, o governo vai liberar, em caráter emergencial, a importação e o uso de inseticidas à base do princípio ativo benzoato ememectina, reconhecidamente eficaz no combate à lagarta e utilizados em países como Austrália, Estados Unidos e Japão, bem como em toda a União Europeia e na África.
Gilson Pinesso, presidente da Abrapa, observa que a liberação dos inseticidas vai auxiliar o produtor, mas é preciso precaução com a safra 2013/2014. 'Usar o produto agora vai ajudar o produtor a terminar a safra com mais segurança, mas é preciso pensar na liberação dele para o início da próxima, para não corrermos o risco de enfrentar tudo novamente', disse, acrescentando que o ministro Antônio Andrade prometeu que a portaria será publicada na segunda-feira (25).
Pinesso afirmou que a Embrapa irá promover debates para a criação de um programa de manejo integrado da praga, com vistas a evitar a proliferação.
Mínimo – Pinesso também apresentou outras demandas dos cotonicultores ao novo ministro, principalmente a proposta de reajuste do preço mínimo de garantia. Ele lembra que o setor está há dez anos sem reajuste para o valor mínimo do algodão. 'Acreditamos que com um preço mínimo de R$ 63,00/arroba, que é o que estamos pedindo, o produtor voltará a se sentir incentivado a plantar', afirmou o presidente da Abrapa.