IMAmt se aproxima de instituição argentina

A elaboração de uma agenda de trabalho em conjunto foi discutida durante visita de representantes do Instituto Mato-grossense de Algodão (IMAmt) à Estação Experimental Agropecuária Sáenz Peña – Chaco, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), na Argentina.  

Durante o encontro de trabalho, o diretor executivo do IMAmt, Alvaro Salles, e os pesquisadores Jean Louis Belot e Leonardo Bittencourt Scoz trocaram informações com seus colegas argentinos sobre linhas de trabalho, metodologias e principais desafios a serem enfrentados, com o objetivo de fortalecer a produção algodoeira no Cerrado mato-grossense e no Chaco argentino, levando em conta os sistemas de produção, a qualidade de fibra e a resistência e/ou tolerância das plantas a pragas e doenças.

A comitiva brasileira foi recebida por Juan Carlos Salerno, coordenador do Convênio de Vinculação Tecnológica Inta Províncias Algodoeiras, do Instituto de Genética em Castelar; por Fabio Wyss, diretor da EEA Sáenz Peña; e por  Iván Bonacic, coordenador do Projeto Integrador “Innovaciones tecnológicas para el desarrollo sustentable del algodón argentino”, entre outros pesquisadores.

Após uma introdução de boas-vindas feita por Bonacic e uma apresentação sobre o programa de resistência do algodoeiro ao bicudo realizada por Salerno, o melhorista Jean Louis Belot falou sobre os objetivos do IMAmt e os trabalhos realizados visando desenvolver variedades produtivas de algodão, com bons rendimentos e qualidade de fibra, com ênfase na resistência e/ou tolerância às pragas e doenças que incidem sobre o cultivo. Apesar das diferentes condições climáticas no Cerrado mato-grossense e na região do Chaco argentino, os pesquisadores do IMAmt e do Inta acreditam na possibilidade de desenvolvimento de atividades em conjunto, inclusive na área de melhoramento.

Em seguida, Leonardo Scoz falou sobre o trabalho realizado no Laboratório de Biotecnologia, do qual é coordenador. Instalado no Centro de Treinamento e Difusão Tecnológica do Núcleo Regional Sul, em Rondonópolis (a 210 km de Cuiabá), o Laboratório colabora com os projetos de melhoramento de algodão e soja, e participa ativamente da geração de novas tecnologias de algodão buscando o controle de pragas como o bicudo.  Ele utiliza tecnologias de ponta para a realização de projetos de Biologia Molecular e Transformação Genética.

A visita prosseguiu no Laboratório de Biotecnologia da EEA Sáenz Peña, onde Ariela Gonzales explicou o trabalho de transformação genética do algodão usando a técnica de transformação PTP (sigla em inglês para "pollen tube pathway"), com sequências gênicas que promovem certo grau de proteção contra o ataque do bicudo do algodoeiro. Trata-se de um trabalho realizado dentro do Convênio de Vinculação Tecnológica do Inta e províncias produtoras de algodão da Argentina.

O grupo do IMAmt visitou ainda a casa de vegetação, recentemente habilitada pela Comissão Nacional Assessoria de Biotecnologia Agropecuária (Conabia) para o trabalho com organismos geneticamente modificados (OGMs). Aos visitantes de Mato Grosso foram apresentadas plantas de algodoeiro de linhas avançadas do Programa de Melhoramento Genético, selecionadas para serem transformadas geneticamente.

Salles, Belot e Scoz também percorreram o Laboratório de Entomologia, onde acontece a criação artificial do bicudo do algodoeiro e das principais lagartas-pragas da cotonicultura. Conheceram ainda os resultados de pesquisas em Fitopatologia, como os avanços no controle da doença azul e outras patologias, resultado do trabalho interdisciplinar da equipe de Melhoramento Genético de Algodão da EEA Sáenz Peña. Eles foram ao campo para observar materiais genéticos considerados promissores e os avanços obtidos na resistência genética aos herbicidas da família das imidazolinonas.

Segundo Belot, discussões estão em andamento para definir áreas onde cada instituição poderia realizar trabalhos de validação de tecnologias desenvolvidas em cada país, ou trabalhos de pesquisa de interesse comum.

 

 

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